sábado, setembro 03, 2005

"Uma imperial, por favor"

Com espuma, muita espuma. Uma imperial, fresquinha, bebida até à última gota. Nem todas as gotas são lágrimas felizes. Algumas são, apenas. Todas são lembradas. As mais dramáticas acabam no chão. Desperdiçadas. Todas são. Todas se esgotam. No fim, adorámos cada gota desse néctar divino. Ou antes tivéssemos adorado. Está morta. Uma imperial esgota-se. No final é mijo. E memórias. Pede-se outra. "Traga-me uma imperial, por favor".

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito do texto! A sua simplicidade enriquece-o ainda mais. O que nos vale é que existe sempre uma imperial fresquinha pronta a sair, seja branca ou preta, o que interessa é que não saiba a mijo! Umas ficam mortas mais cedo que outras, mas acabam sempre por morrer... Venha uma imperial, por favor, mas desta vez de outra marca...!

Inútil disse...

Desde que encontrei a paz nos braços do Senhor, nunca mais toquei nessa beberagem profana. E dá barriga, ainda por cima.

Tanque Silva disse...

Que pode haver melhor que uma imperial fresquinha numa esplanada a ver os avioes passarem?